Capítulo 127 Compreensão



O Ancião cerrou os dentes. Não conseguia aceitar aquelas palavras, mas também sabia a hora de desistir. Se continuasse insistindo, sabia que o fim não seria desejável não só para ele, mas para a seita. "Já que o novo mestre queria que a Princesa Ariana cavasse a terra, então é justo que ela seguisse as palavras do mestre." Levar aquela mulher de volta certamente deixaria o mestre da seita furioso. Ele poderia até matá-lo! Para evitar essa tragédia, ele precisava deixar a Princesa ali.

"Ancião!" Duas pequenas lágrimas imediatamente caíram dos olhos de Ariana. Como ela podia agir como uma serva? Seu clã era conhecido por sua beleza, graça e sedução. E, no entanto, essas pessoas queriam que ela cavasse uma caverna? Ariana tinha certeza de que não duraria um dia. Ela ergueu a cabeça, olhando para o homem de cabelos brancos à sua frente. Mais cedo, ela usou suas artes de sedução em direção a Mo Li e, mesmo assim, ele permaneceu ali, impassível. Seria possível que ele tivesse se tornado tão poderoso que nem mesmo seus encantos seriam suficientes para seduzi-lo?

Mas a Mestra da Seita Espectral Congelada disse que Mo Li não era tão poderoso quanto ele. "Eu... eu não consigo fazer isso", acrescentou.

"Ariana... eles são seus novos mestres agora. Não se preocupe, eles vão te tratar bem." O ancião deu um tapinha em seus ombros e suspirou antes de sair.

Ariana abaixou a cabeça, ela não conseguia parar de sentir raiva daquela situação.

"Certo... você caminha em direção à oitava montanha." As palavras de Mo Li ecoaram. "Não precisamos mais de você aqui."

"A- Andar?" Ariana engoliu em seco. A Seita das Oito Palmeiras estava localizada nas Oito Montanhas, famosas por sua neblina e tamanho. O banquete estava sendo realizado na primeira montanha, onde fica o salão de banquetes. Ao lado dessa montanha ficava o local onde os discípulos externos ficavam. Depois, havia outra montanha para os discípulos internos.


"Se você não anda, então consegue voar?", zombou Mo Li.

"Eu... Mas caminhar levaria semanas." A Oito Montanhas ficava muito longe da primeira montanha. Essa era a razão pela qual as pessoas escolhiam voar em vez de caminhar. "E eu não consigo voar." O clã deles tinha uma constituição diferente da de um humano normal. Além disso, ela nasceu e foi tratada como uma princesa. Como ela poderia suportar a jornada cansativa?

"Já que você não pode voar, então ande." Mo Li fez um gesto para que ela fosse embora, suas ações eram indiferentes, sem qualquer intenção de esconder o desgosto em seus olhos.

"Ancião Mo... como você pôde tratar uma mulher daquele jeito?" Incapaz de se conter, um Ancião de outra Seita interveio.

"Que mulher?"

"..." Os olhos do ancião se voltaram para a bela Ariana. "Ancião Mo, mesmo que você não goste do presente, não pode tratá-la como se ela não fosse um ser humano."

"Ela não é humana", interrompeu Mo Li. "Ela veio aqui sabendo que se tornaria uma escrava. Ela concordou em vir aqui por vontade própria. Mas já que o Ancião está demonstrando interesse na Princesa, é justo que eu, como um cavalheiro honesto, a entregue a você. Para que você possa tratá-la bem." Mo Li acenou com as mãos. Ventos fortes sopraram pela área, levando Ariana em direção ao Ancião. "Aqui."

"..."

Todos só conseguiam suspirar. Honestamente, ninguém poderia culpar o Ancião Mo por agir assim. Ele tinha acabado de se casar com a talentosa Fang Yu e, ainda assim, essas pessoas ousaram provocá-lo. Foi pura sorte que Mo Li não matou a mulher ali mesmo.

Após a pequena comoção, a troca de presentes continuou, com muitas seitas dando seus próprios presentes. É claro que nenhuma delas ousou presentear outra concubina. Após a troca de presentes, o Mestre da Seita, juntamente com os outros Mestres da Seita que estavam tendo uma pequena reunião privada, juntou-se a eles, e o ambiente ficou mais animado.


No final, a noite terminou com todos rindo e bebendo.

"Eu não sabia que o verão era tão quente", disse Fang Yu enquanto caminhavam em direção à ponte de bambu nos fundos do salão de banquetes. Ambos usavam vestes nupciais vermelhas que brilhavam sob o luar.

"Você ficou dentro da minha caverna de gelo por duzentos anos", lembrou-a, levando a mão aos lábios e beijando o dorso da palma dela. "Por que não te refrescamos?" Estalou os dedos e quase imediatamente o suave redemoinho de neve dançou no ar, envolvendo-os. Ela soltou um suspiro de surpresa ao levantar a cabeça, sorrindo. Os delicados cristais brancos beijaram suas bochechas. Ela abriu os olhos, observando os intrincados flocos de neve caírem, rodopiando e dançando até tocarem o chão.

Junto com a lua que pairava sobre eles, a cena era suficiente para aquecer o coração.

"Mo Li..." Ela ergueu o olhar e o encarou. Não se surpreendeu ao ver que ele já a encarava. "Obrigada."

Ele riu baixinho. Apoiou a mão na cintura dela e a levantou, colocando-a em um dos corrimãos da ponte de bambu. O gesto a fez rir. Ela era pequena demais. Se Mo Li continuasse a encará-la daquele jeito, acabaria com o pescoço quebrado. Ela sorriu, sem perceber, mostrando uma pequena covinha na bochecha esquerda.

"Por que você está me agradecendo?"

Ela apenas sorriu em resposta. Sabia que esqueceria isso no outro mundo, então queria guardar as memórias o máximo que pudesse. "Por não aceitar a concubina."

"Por que eu aceitaria outra mulher?" Se eu já tenho você?, ele quis acrescentar. Uma mecha do cabelo dela foi levada pelo vento, projetando-se em direção ao seu nariz, e seu aroma familiar imediatamente pairou no ar. Seus olhares se encontraram na escuridão sombria, ambos os orbes continham um segredo. Um abismo sem fim que se chamava. Com ela em seus braços, o aroma dela os envolvendo, Mo Li não conseguiu se conter e tomou seus lábios. Abaixando a cabeça, ele a beijou.

Não havia promessas, nem palavras que pudessem descrever o desejo que os invadia como um furacão. Não. Era mais do que um desejo. Era mais do que o sexo alucinante. Ambos sabiam que, nas profundezas deles, uma força desconhecida, além de sua compreensão, os puxava um para o outro.

E eles não estavam planejando resistir, não mais.


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