Capítulo 170 Nu


"Você- "

"Vou contar até três. Você pode implorar ou pode morrer."

"Lucínia!", o Príncipe Kuzma cerrou os dentes. "Você vai se arrepender!"

"Se me arrependo de algo... foi de ter deixado você e sua comitiva me intimidarem", ela bufou. Este homem não era apenas um valentão para a irmã. Ele também gosta de torturar humanos e bruxas para se divertir. Em suma, ele merecia uma morte miserável.

"Tudo bem, minha querida. Acho que deveríamos parar com isso."

Por alguns segundos, Lucínia pensou estar tendo alucinações ao ouvir a voz do Duque atrás dela. Ela congelou e piscou, apenas para sentir o homem tocar seus braços. Arrepios percorreram sua espinha imediatamente.

"Deixe-os ir", disse o Duque em voz baixa, quase ofegante. "Você não quer matar nenhum deles... pelo menos não agora."

Entretanto, antes que ela pudesse responder, Lucinia ouviu o sistema chamar.

[Missão: Envergonhar o Príncipe Kuzma. Recompensa: Cinco moedas. Sem opção de recusar.]

"Tão mesquinho." Ela murmurou para si mesma. Cinco moedas? Sério?

"Lucinia..." Um aviso permeou a voz do Duque. "Acalme-se e deixe-os ir." Ela imediatamente notou a mudança na voz do Duque. A compreensão a atingiu. O Duque não era imune ao seu campo sanguíneo. No entanto, por ser mais poderoso que o príncipe, ele podia resistir ao seu campo. Mas, ao que parece, o homem também estava sentindo a dor da habilidade dela.

"Ou o quê?", perguntou ela, com os olhos grudados no Príncipe e no estado lamentável de Zacharia. "Você vai me matar?"

"Isso nunca aconteceria."

"Hmph!" Ela se virou para o Duque. "Quem é você para me dar ordens?" Ela não deixou de notar a diversão brilhando nos olhos do Duque. A irritação fervilhava dentro dela. Ela estava brincando? Por que ele estava sorrindo para ela?

"Você esqueceu?", perguntou ele, mas optou por não dar mais detalhes. Um traço de confusão brilhou nos olhos dela. "Eles ainda têm seu propósito. Sugiro que você os deixe ir, por enquanto." Ele se aproximou e sussurrou. "Não se preocupe... você terá sua chance de matá-los mais tarde." Sua voz áspera a arrepiou por todo o corpo. Ela se lembrava daquela voz.

Franzindo a testa, Lucinia abaixou a cabeça e rompeu o campo de sangue que os cercava. Essa mudança repentina fez com que o Príncipe Kuzma e Zach caíssem no chão, indefesos, enquanto tentavam recuperar o fôlego. Quem imaginaria que Lucinia seria tão decisiva em machucá-los?

"Eu vou deixar você sair daqui viva se... você me der suas roupas", disse Lucínia, com a cabeça ainda baixa. Ela não deixaria a confusão dominar seu desejo de terminar suas tarefas.

"..." Os dois homens no chão não tinham mais energia para retrucá-la. Eles a encararam, imaginando se ela estava falando sério.

"Do que você está falando?" O Duque Mo franziu a testa. "Você—"

"Roupas! Ou morra!"

"Lucínia de Carino!", sibilou o Duque Mo, segurando seu braço. "O que você pensa que está fazendo?" Por alguns segundos, ela achou ter visto medo nos olhos dele. Franziu a testa. Do que ele tinha medo?

"Roupas!", disse ela, ignorando as palavras do Duque. Quem se importa com esse homem? Ela precisava envergonhar esse Príncipe a todo custo. "Ah... então você quer morrer?"

"Eu vou tirá-lo." Zacharia foi o primeiro a responder, enquanto lutava para se levantar. Cavaleiros têm uma constituição física forte que também lhes permite se curar mais rápido do que humanos normais. "Eu vou..."

"Ótimo." Desinteresse brilhou em seus olhos enquanto ela ignorava o aperto forte do Duque. "E você?" Ela olhou para o Príncipe. "Eu sei que você consegue ficar de pé... você se cura mais rápido que ele. Não ouse me fazer de boba!"


"Você—" O Príncipe Kuzma cerrou os dentes. "Como ousa!?"

"Eu ousaria matá-lo, Vossa Alteza. Basta dizer."

"Eu..." Depois de sentir a dor que Lucinia lhe causou alguns minutos antes, o Príncipe só conseguiu se conter para não expressar o resto de sua raiva em relação à mulher. Ele olhou para o Duque, que não demonstrava nenhum interesse em impedi-la desta vez. "Tudo bem." Mesmo que tivesse forças para se aproximar de Lucinia, não tinha certeza de que o Duque não a ajudaria e a salvaria das garras do Príncipe Kuzma. E, honestamente, ele não tinha forças suficientes para testar seus pensamentos.

Lucinia sorriu. "Ótimo... Então deixe-me ver."

"...."

"...."

"...." Desta vez, o Duque Mo ficou sem palavras. Seu queixo caiu ao ver o sorriso no rosto de Lucinia. Esta mulher...

Ele voltou sua atenção para os dois homens à sua frente. Franzindo a testa, puxou Lucínia de repente para seus braços, abraçando-a, impedindo-a de virar a cabeça para observá-los. O cheiro reconfortante de madeira e cal agrediu seus sentidos.

"O que você... O que você está fazendo?", ela tentou se debater e o empurrou. Mas como sua força poderia se comparar à do Duque? Quando se trata de força, Lucínia era simplesmente inútil. Ela poderia, é claro, tentar usar sua habilidade novamente, mas usar seu campo de sangue incluiria o Príncipe e Zacharia. E se ela quisesse derrotar o Duque, precisava usar toda a sua habilidade — o que seria suficiente para matar seu irmão e o cavaleiro. "Me solta! Eu disse... me solta!" Que diabos há de errado com esse homem?

"Pare de se debater", ela o ouviu dizer. "Já que você terminou de tirar a roupa... pode ir embora agora", acrescentou o Duque, fazendo Lucínia se debater ainda mais.

"Me solta! Ou eu mato você também! Ei! Eu disse—"

[Missão: Envergonhar o Príncipe Kuzma. Recompensa: Cinco moedas. Concluída.]

Assim que as palavras do sistema ecoaram em sua cabeça, o Duque finalmente afrouxou o abraço. Ela imediatamente deu um passo para trás e se virou para o espaço agora vazio à frente deles. Ela olhou para as duas peças de roupa no chão. "O que você pensa que está fazendo?", sibilou para o Duque.

"Eu deveria te perguntar a mesma coisa. Por que você iria querer vê-los nus?" O rosto dele estava tão sombrio que a lembrou de uma tempestade se aproximando.

"Não é da sua conta!"

"Você é da minha conta!", ele sibilou e deu um passo em sua direção. "Tudo em você é da minha conta!"

"Para trás. Não ouse se aproximar de mim!" Os olhos do Duque a encararam, fazendo-a sentir a intensidade da raiva dentro dele. Ao vê-lo dar mais um passo, Lucínia instintivamente deu um passo para trás.


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