Capítulo 173 Pintura



"Que descaramento", exclamou Lucínia. "Quem imaginaria que o Duque se forçaria a ter relações com uma mulher tão impotente como eu?"

Seus olhos se estreitaram. "Eu não me forçaria a ninguém... além de você." Ele então sorriu. "A Princesa tinha o hobby de assistir homens nus correndo na frente dela. O Rei concordou que não podemos deixar isso acontecer de novo."

"Pare de usar o nome do meu pai ou eu— ."

"Menininha... você anda assustando todo mundo com medo de matá-los. Era como se... você não estivesse acostumada a este mundo." O olhar dele tinha um significado oculto. Ela engoliu em seco em resposta. Sabia que no mundo anterior, matar era considerado uma norma. E odiava que ele estivesse certo. Ela vinha usando essa palavra desde que chegara, porque já havia se acostumado com ela no mundo anterior.

"Este Castelo não é suficiente para você e seu povo. Por favor, encontre outro lugar onde você e seus cavaleiros possam ficar." Ela virou a cabeça.

"Seu quarto é grande o suficiente para nós dois, não?"

Ela o encarou com os olhos semicerrados. Quem imaginaria que o Duque fosse esse tipo de homem? "Olha, Duque Mo." Ela fez um gesto para que todos se retirassem, incluindo Madame Liliana. "Você não pode ficar aqui sem o meu consentimento." Ela o encarou enquanto se esforçava para não demonstrar a bagunça que seu coração havia se transformado. "Não o conheço. Aliás, nunca falei com você antes de ontem. Então, não entendo por que o Duque queria perturbar minha vida pacífica."


Ele encarou os olhos vermelhos dela por alguns segundos enquanto sua boca se contraía em uma linha reta. "Eu não vou embora." Havia uma certeza em sua voz. Algo nela lhe dizia que ele não mudaria mais de ideia.

"Então... eu vou embora." Ela proferiu e se virou para o seu quarto. Quanto mais o olhava, mais sentia algo a puxando em direção ao homem. Ela não podia deixar seu corpo reagir daquela forma. "Você pode ficar aqui o quanto quiser e—"

Ela não continuou suas palavras quando percebeu que o último já estava parado na sua frente.

"Não. Eu não vou embora e vou te seguir. Aonde quer que você vá. Então... ou você concorda em ficar comigo, ou me deixa ficar com você."

"Hah!" Este homem a estava deixando sem palavras. "O que você realmente quer? Certamente não se trata apenas de proteção, certo?" Ela colocou as mãos na cintura.

"Você realmente quer saber?"

"Eu jamais usaria meu poder contra meu pai", disse ela imediatamente, pensando que aquele homem provavelmente estava ali por causa do Rei. Teria ele medo de que ela tramasse algo contra o próprio pai? Lucínia não pretendia complicar sua busca. Claro, ela sabia que seria difícil convencer aquele homem do contrário.

Ele apenas a encarou sem dizer nada. Por alguns segundos, ela achou ter visto um pouco de calor em seus olhos vermelhos. Será que ela apenas sentia um pouco de desejo em seus olhos? Ela abriu a boca, mas o nó na garganta a impediu de falar.

"Eu ficarei com você", disse ele antes de usar o polegar e o indicador para levantar o queixo dela. O Duque se inclinou para frente, seus olhos complexos a fitando. "Para mantê-la segura", ela o ouviu dizer antes de se virar e deixá-la sozinha no corredor.

Lucínia observou-o se afastar. A súbita ausência do seu calor a fez franzir a testa. Mais uma vez, tentou abrir a boca e chamá-lo, dizer-lhe para ir embora. E pela segunda vez em menos de cinco minutos, nenhuma palavra saiu de sua boca.

Ela estalou a língua e caminhou em direção ao seu quarto. Planejava pedir ao seu irmão, o Príncipe Gavril, que entregasse a protagonista feminina a Lucínia antes que o Duque visse a criada. Planejava manter a protagonista feminina segura naquele Castelo até que o Príncipe Gavril a quisesse de volta, ou pelo menos alguns meses depois daquele banquete.

No entanto, com a chegada do Duque ao seu Castelo, ela teria que mudar seus planos. Ela não poderia deixar a protagonista feminina ficar ali, agora que o Duque se obrigou a ficar no Castelo dela.

Lucinia começou a andar de um lado para o outro dentro do quarto até se sentir cansada. No momento, tudo o que podia fazer era manter o homem ocupado para que ele não tentasse roubar a protagonista feminina do Príncipe Vilão. Outro suspiro escapou de seus lábios enquanto ela decidia tomar seu banho. Naquela noite, Lucinia foi convidada para outro banquete — a celebração do casamento de um barão com sua nova amante.

Depois de usar um vestido roxo, Lucínia saiu do quarto e viu o Duque parado do lado de fora da porta. Ele estava de costas para ela, observando uma pintura na parede.

"Você fez isso?", ele perguntou.

"Não", respondeu Lucínia. Este corpo não sabe pintar, pois a rainha não a permitiu treinar com os outros nobres quando ainda era criança. Ela nunca aprendeu nada que a fizesse parecer competente. O que era péssimo para uma princesa como ela. Ela parou ao lado dele e imediatamente percebeu que ele já havia trocado de roupa. Um lenço roxo repousava confortavelmente no bolso do terno. "Como você sabia que eu usaria roxo esta noite?", perguntou ela.

"Eu imaginei." Ele se virou para ela e sorriu. "Você devia pintar alguma coisa para mim."

"Como é?"

"Eu sei que você sabe pintar", ele usou a mão direita para prender uma mecha do longo cabelo preto dela atrás da orelha. "Você deveria pintar alguma coisa para mim."

"Você está disposto a me pagar?"

Ele ergueu uma sobrancelha diante da pergunta e riu baixinho. "Você ainda ama dinheiro."

"Meus serviços são caros."

"Caro... é só uma palavra." Ele deu um sorriso irônico. "Que tal... você definir um preço."

"Para a minha pintura?" A desconfiança brilhou em seus olhos. Ela sabia que uma das habilidades que adquirira no mundo anterior era a pintura. Mas a verdadeira Lucinia nunca demonstrou talento para as artes. Então... como ele sabia que ela sabia pintar?

"Um preço para se tornar minha esposa."


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