Capítulo 183 Uma birra



"Você disse que falaria com Sua Majestade sobre meus arranjos de moradia. Por que vamos pedir a bênção dele para um casamento?", sibilou Lucinia enquanto caminhavam para o corredor vazio. Ela podia sentir sua própria raiva vibrar em suas palavras. No entanto, foi forçada a baixar a voz enquanto mantinha um sorriso no rosto.

"Você é uma mulher de verdade. Eu não ousaria convidá-la para minha modesta residência sem algum tipo de casamento", respondeu ele com um sorriso antes de piscar para ela. "Além disso, é para o meu bem."

O rosto dela se fechou quando ele usou as próprias palavras dela contra ela. No entanto, quando ele pensou em Zach e seu envolvimento com as bruxas, a carranca dela se aliviou.

"Pedi a todos que enviassem seus presentes. Então, vocês não precisam mais se preocupar com isso."

"Por que eu me preocuparia com presentes?", ela revirou os olhos. "Você pode parar de segurar minha mão?", disse ela.



"Por que eu faria isso?"

"Porque eu pedi com jeitinho?", ela apertou os lábios. Aquele homem parecia adorar discutir com ela, sempre a provocando. E, embora uma parte dela estivesse irritada, outra parte não conseguia usar sua habilidade para machucá-lo.

"Então... Não." Ele lhe deu uma piscadela arrogante e um sorriso confiante. Suas sobrancelhas se franziram, mas ela não disse nada. Nos últimos dias em que esteve com Mo Li, percebeu que ele não fazia nada do que ela dizia e sempre agia como se a conhecesse melhor do que ela mesma.

Não era algo que ela odiasse, mas achava irritante. Respirou fundo, e a impotência brilhou em seus olhos. Ela vinha perguntando sobre o mundo anterior, mas Mo Li sempre mudava de assunto e dizia apenas que não tinha permissão para quebrar as regras do universo. No final, a conversa se transformava em uma discussão, com ele a provocando até que seu rosto ficasse vermelho e ela estivesse prestes a explodir de raiva.

Às vezes, Lucínia se perguntava se já havia matado aquele homem no passado. Ela se perguntava como ele era. Será que ele também era tão irritante? Se fosse, então era muito provável que ela tivesse matado aquele homem por raiva.

"O Duque e a Princesa Lucínia chegaram!" Um cavaleiro que havia servido o rei anunciou a chegada deles ao abrir a porta.

Lucinia sorriu imediatamente. No entanto, o sorriso não durou muito quando ela notou a Rainha sentada ao lado do Rei, e o Príncipe Gavril e Kuzma sentados na longa mesa retangular. Os olhos vermelho-sangue do Príncipe Gavril se fixaram nela. Ela não deixou de notar o brilho nos olhos do vilão. A óbvia semelhança entre o cabelo loiro da Rainha e o cabelo do filho imediatamente a fez detestar os dois.

Claro, ela já tinha opiniões desfavoráveis em relação ao Príncipe Kuzma, enquanto estava um tanto intimidada pela presença do Vilão.

"Ouvi dizer que você queria a bênção do meu pai para um casamento?" O Príncipe Gavril foi o primeiro a quebrar o silêncio intimidador. Ele olhou para o vestido vermelho de Lucinia, com o nariz empinado. Engraçado como Lucinia conseguia sentir a arrogância daquele homem.

"Sim." O olhar implacável do Duque foi suficiente para fazer o Príncipe desviar o olhar. "Estou realmente a imediatamente interrompeu. "Você e a Princesa..."

"Há algo errado?" Desta vez, Lucinia falou. Primeiro, ela não estava realmente a fim desse casamento. Ela nem sabia que eles iam se casar hoje! No entanto, ver aquele ato lunático como aquele a fez ferver o sangue. "Por que não posso me casar com ele?" Seus olhos semicerrados imediatamente calaram a boca do Príncipe Kuzma.

Para ser sincera, até Lucínia ficou de alguma forma surpresa ao ver aquele homem ali. Depois do que aconteceu no encontro anterior, ela ficou surpresa ao saber que aquele príncipe não a temia tanto quanto ela esperava.

"Bem... vocês dois não se conhecem muito bem. Acho que essa decisão foi um tanto precipitada." A Rainha falou, sorrindo para Lucínia, mas não escondeu a malícia que pairava em seus olhos. "Eu sei sobre o acidente. E também sei que você ficou gravemente ferida. Entendo a raiva e a necessidade de atrair a atenção de todos. Mas, assim como todos, essa fase passará em breve."

"Então, você acha que isso não passa de uma fase?", ela zombou, com os lábios franzidos numa linha sombria. "E passaria?" Quem imaginaria que a Rainha a trataria como uma adolescente?

"Claro! Você é bem jovem. Logo vai perceber que fazer birra dessas não vai te trazer nenhum benefício."

"Entendo", Lucinia assentiu. "Então... minha interação com Sua Alteza Kuzma foi considerada um ataque de raiva?" Comparada à idade deles, Lucinia era de fato jovem. Mas, por algum motivo, a necessidade dessas pessoas de controlá-la a deixava furiosa.

Todos no salão ficaram em silêncio. Podiam dizer sim à pergunta dela, mas e se ela de repente matasse o Príncipe e dissesse que tudo não passava de uma birra? A essa altura, todos na sala sabiam que a Princesa havia perdido toda a paciência que antes demonstrava com todos.

"Aquilo... aquilo foi diferente. O Príncipe realmente cometeu um erro ao provocar você."

"Bem, então... por mais que eu queira desperdiçar o tempo de todos, na verdade sou um homem muito ocupado." A voz suave do Duque interrompeu a conversa, um sorriso pairando nos lábios do Duque enquanto ele olhava para o Rei silencioso. "Majestade, não estou aqui para discutir o que é apropriado ou não com pessoas irrelevantes. Estou aqui para pedir sua bênção para me casar com sua filha."

O sorriso no rosto da Rainha desapareceu instantaneamente, transformando-se lentamente em horror e raiva. Ela estava prestes a dizer algo quando de repente sentiu uma leve pressão no peito, impedindo-a de dizer qualquer coisa. Ela voltou sua atenção para a sorridente Lucínia enquanto seu horror se transformava em medo.


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