Capítulo 217 O Transmigrador


Lucinia semicerrou os olhos antes de correr de repente em direção ao homem. A espada em sua mão brilhou contra o fogo enquanto ela a brandia. Para ela, atacar primeiro era melhor do que esperar que o rei a atacasse. Como esperado, o rei evitou facilmente o ataque. Um sorriso zombeteiro pairava em seus lábios enquanto ele desaparecia de onde estava e aparecia atrás dela.

Com a habilidade atual de Lucínia, ela poderia facilmente superar o rei. No entanto, quando estava prestes a usar sua arma, o rei gritou de repente e cambaleou. Sua espada caiu no chão com um baque alto enquanto o rei usava a parede para se apoiar. O suor escorria por sua testa antes que ele soltasse outro grito.

Confusa, Lucinia se virou para o pai.

"O que você fez comigo?", berrou o Rei, e sua voz alta ecoou pela cabine. "O que você fez?"

Lucínia franziu a testa, com os lábios franzidos, enquanto olhava para o rosto aflito do rei. Obviamente, o rei estava sofrendo. Mas por quê? Ela, na verdade, não tinha feito nada ao homem!

"AHHH! Sua vadia! O que você fez comigo!?" O Rei tentou se levantar, mas falhou miseravelmente. "Você usou um feitiço em mim?"

"Eu não fiz isso." Lucinia balançou a cabeça, confusa. Ela não conhece nenhum feitiço nem nada que uma bruxa faria. Não há como atacá-lo usando feitiços. Lentamente, o rei tropeçou e caiu no chão, com sangue escorrendo pelos lábios e nariz. Ele agarrou o pescoço, a boca aberta num grito silencioso antes de tentar estender a mão para agarrar o vestido dela.

Lucínia deu um passo para trás, evitando a mão dele enquanto continuava observando o Rei cair no chão. O que aconteceu? Logo depois, o Rei parou de se mover. Seus olhos sem vida ainda estavam abertos, assim como a boca dela.

Lucínia encarou o rosto do Rei. Ela não precisava tocá-lo para saber que ele já estava morto. Incapaz de entender qualquer coisa, Lucínia examinou os arredores e decidiu deixar a cabana antes que outros soldados chegassem ao local. No entanto, antes de partir, Lucínia decidiu separar a cabeça do Rei de seu corpo.

Ela sabia que o rei já estava morto, mas não sairia daquele lugar sem se certificar de que ele não voltaria. Sem hesitar, cortou-lhe a cabeça e atirou-a na direção da lareira. Selvagem. Mas era necessário. Afinal, este é um rei. Um Rei dos Vampiros.

"Ótimo trabalho." Lucinia deu um pulo ao ouvir uma voz feminina seguida de passos suaves. A porta se abriu, revelando uma mulher que parecia um pouco mais velha que Lucinia. Seus longos cabelos negros contrastavam perfeitamente com seu deus branco puro, que honestamente lembrava Lucinia de uma deusa.

"Você- "

A mulher sorriu para Lucinia, seus olhos eram gentis — gentis demais. Para uma pessoa normal, seu olhar parecia inofensivo. Na verdade, parecia carinhoso e doce. Mas Lucinia jamais confiaria em ninguém neste mundo. Especialmente em uma mulher tão bonita com um sorriso gentil como aquele. "A maldição que eu lhe dei foi ativada quando ele tentou te matar", disse a mulher, com os olhos voltados para o corpo do Rei. "Eu o amava e confiava nele de todo o coração. E, no entanto, ele facilmente quebrava suas promessas por seus próprios interesses." Seu olhar tornou-se frio. "Eu poderia facilmente me culpar por ser egoísta, por amar minha filha mais do que jamais o amei, e até o amarei. Mas então... percebi que essa foi a decisão dele."

A mulher sorriu para Lucínia. No entanto, não foi o suficiente para esconder a tristeza em seus olhos. "Nem importa o que o levou a fazer isso, o que o levou a me trair ao tentar te matar. O que importava eram as consequências de tentar matar a própria filha. E neste caso... isso é a morte."

Lucinia engoliu em seco. "Você é Siwa."

"E você não tem medo de mim?" Siwa sorriu. Desta vez, seus olhos brilharam enquanto ela dava um passo em direção a Lucinia, que usava um vestido todo preto — algo que contrastava com o branco de Siwa. "Você... ele te contou tudo sobre mim?"

Lucínia encarou a mulher. Ela realmente não sabia como reagiria. Deveria abraçá-la? Fingir que se importava? "Ouvi falar de você."

Essa declaração fez com que a mulher parasse de se aproximar dela. Ela franziu a testa, e o lindo sorriso em seu rosto desapareceu como se nunca tivesse existido. "Então você ouviu falar de mim matando pessoas?"

"Eu ouvi."

"E você não tem medo de mim?"

Lucinia franziu os lábios. "Não." Essa mulher deveria ser uma bruxa poderosa, certo? Ela poderia facilmente ajudar o Reino e talvez até se tornar a governante? Ou fazer de Gavril o governante? "Não acho que este seja o momento certo para um reencontro emocionante." Lucinia encontrou uma maneira de escapar da situação constrangedora. "O Reino está sendo atacado pelas bruxas. Precisávamos salvá-las."

"Salvar quem?"

"Os vampiros", respondeu Lucínia, quase imediatamente. "Ele me disse que você não gosta de guerras", acrescentou, enquanto se perguntava por que Siwa não parecia tão incomodada com o fato de sua espécie estar prestes a cair na armadilha do Rei.

"Por que eu salvaria alguém?", disse Siwa.

[Missão: Matar a transmigradora Siwa. Recompensa: 50 moedas. Sem opção de recusar.] Hein? Lucinia ficou em silêncio. O que está acontecendo aqui? Por que parece que o cérebro dela parou de funcionar? Siwa é a transmigradora? UMA TRANSMIGRADORA? Isso significa que ela estava procurando a pessoa errada esse tempo todo? "Por que não?", perguntou Lucinia. "Ele me disse que você ama a paz... e que queria coexistir com os vampiros?"

"Bruxas... ou vampiros... até humanos." Siwa virou-se para o fogo e observou a cabeça do rei continuar queimando. O cheiro de carne queimada começou a tomar conta do ar. "Todos são iguais..."

Lucinia queria xingar. Tudo isso a estava deixando confusa. Ela achou que tinha ficado um pouco mais esperta! Mas toda a sua análise foi inútil, já que o Rei não era o verdadeiro vilão? 'Sistema! Me diga! Que diabos está acontecendo aqui?'

Como de costume, o robô manteve-se em silêncio.




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