Capítulo 218 Juntos
"O que está acontecendo?", perguntou Lucinia. Desta vez, ela estava honestamente confusa. Não conseguia entender o que estava acontecendo. Por que ela precisa matar essa mulher? Siwa, a bruxa, nunca foi mencionada no... espera. O protagonista masculino é filho de uma bruxa poderosa, certo?
"Você ainda não entendeu?"
Lucinia não respondeu. A linha do tempo ainda está errada, pois o protagonista masculino era apenas um adolescente, e parece que esse Siwa estava no covil do Rei há alguns anos.
Um suspiro escapou dos lábios de Siwa. "Infelizmente, eu precisaria do seu corpo agora. Não tenho tempo para explicar tudo. Mas não precisa se preocupar, sua mãe com certeza cuidará do seu corpo." Siwa lhe deu um sorriso gentil antes de aparecer na frente de Lucinia. "Não precisa se esforçar. Eu sei que você ainda não sabe nenhum feitiço. Você não pode me derrotar." Ela colocou os dedos nas têmporas de Lucinia e entoou algo que ela não entendeu.
Quase imediatamente, Lucínia sentiu a cabeça doer. Era como se um martelo a tivesse atingido na testa e depois na parte de trás da cabeça. Lentamente, a dor tornou-se quase insuportável.
"Está tudo bem... Eu vou cuidar de você."
[AVISO. UMA ALMA DESCONHECIDA QUERIA TOMAR CONTA DO CORPO.]
[AVISO. UMA ALMA DESCONHECIDA QUERIA TOMAR CONTA DO CORPO.]
[AVISO. UMA ALMA DESCONHECIDA QUERIA TOMAR CONTA DO CORPO.]
[AVISO. UMA ALMA DESCONHECIDA QUERIA TOMAR CONTA DO CORPO.]
"Bem..." Lucinia forçou as palavras a saírem da boca. Ela já havia tentado se mover antes, mas não conseguiu fazer nada. "Eu acho que você... está enganada." Ela disse lentamente enquanto abria os olhos. "Eu não sou sua filha, porra!", ela proferiu antes de usar uma faca invisível que havia comprado de seu corpo e a esfaquear diretamente no peito da mulher.
Os belos olhos de Siwa se arregalaram ao fitar o rosto de Lucinia. "Você... Você consegue lutar comigo?" Ela cambaleou antes de cair no chão ao lado do corpo do rei. A compreensão atingiu Siwa antes que a escuridão a levasse embora. Lucinia era exatamente como ela — deveria ser.
Infelizmente, era tarde demais. Seu objetivo de conquistar este mundo usando o corpo de uma metade bruxa e metade vampira não se concretizaria mais. Ao ver o corpo de Siwa lentamente no chão, Lucinia soltou um suspiro profundo e alto. Ela caiu no chão, sentando-se bem em frente aos corpos do Rei e de Siwa.
Ela estava tão exausta que podia sentir os olhos se fechando sozinhos.
Era só isso? Tudo foi feito sem que ela soubesse o que estava acontecendo? Ela apertou o peito. Por alguns segundos, pensou que morreria neste mundo. Por algum motivo, a ideia de deixar Mo Li sozinho foi a primeira coisa que lhe veio à mente. Nem se tratava mais da missão.
Era Mo Li.
O rosto dele brilhou em seus olhos pouco antes de ela pensar em usar a faca. Ela pareceu ouvir o homem gritar e chorar como se fosse uma lembrança, e não algo que aconteceria se ela morresse. Sentiu o peito doer por ele, pelo desespero naquela voz, pela tristeza naqueles olhos.
Em certo momento, ela se perguntou se estava realmente se lembrando de algo ou... se aquilo era só coisa da sua cabeça. Lentamente, seus olhos se emocionaram. Ela conseguia sentir sua conexão com Mo Li, conseguia sentir que o conhecia, que era muito próxima dele. E, no entanto, não conseguia se lembrar de nada.
Ela foi amaldiçoada?
"Lucinia?" A voz de Mo Li ecoou dentro de sua cabeça.
"Ei...", ela respondeu, esperando que ele ouvisse a voz dela em sua cabeça. "Por favor, acorde logo." Metade dela pensou que estava alucinando novamente, enquanto a outra metade esperava que ele estivesse falando em sua cabeça. Infelizmente, ela estava olhando para o cadáver do rei e não conseguiu ver o homem parado, congelado, na porta.
"Lucínia?", as palavras de Mo Li ecoaram novamente. Desta vez, acompanhadas de um abraço. Quando se deu conta, já estava nos braços de Mo Li, com o cheiro dele persistindo dentro dela, dando-lhe o conforto que ela tanto desejava. "Graças a Deus... você está segura", disse Mo Li, com alívio na voz. Ela assentiu em resposta.
Não era como se ela pudesse dizer alguma coisa quando as lágrimas já escorriam pelo seu rosto, seus ombros já tremiam enquanto ela liberava todas as emoções reprimidas que sentia antes.
"Shhh... agora... está tudo bem." Ela o ouviu dizer.
Lucinia agarrou-se aos braços dele enquanto balançava a cabeça. Toda a preocupação que sentira antes, a confusão, a raiva e até mesmo a exaustão e o alívio de vê-lo vivo novamente eram demais para seu coração suportar. Ela fechou os olhos e, por alguns minutos, desejou que o tempo simplesmente parasse. Que ela pudesse ficar nos braços dele para sempre. Que ela pudesse abandonar tudo, suas buscas, o sistema.
Ela só... queria ficar.
Infelizmente, ela sabia que não era possível. Ela tinha missões, e ele... era como ela. "O Reino está sob ataque", Lucínia conseguiu dizer enquanto tentava conter as lágrimas.
"Hmmm." Mo Li assentiu. Ele a abraçou com força e a carregou nos braços antes de incendiar a cabana e partir com Lucínia. Mo Li levou apenas alguns minutos para chegar à mansão. "Com a quantidade de talismãs que você colocou dentro deste quarto. Nem a pessoa mais poderosa do mundo conseguiria penetrá-lo", disse ele antes de beijar sua testa. Em seguida, deitou o corpo dela na cama e sentou-se ao lado dela. "Este é o lugar mais seguro do planeta."
"Aonde você vai?", ela perguntou. Mo Li apenas sorriu em resposta. Engraçado como ela conseguia ler as ações dele a cada momento.
"Fazendo o que eu deveria fazer", ele respondeu. "Me dê algumas horas. Eu volto e podemos sair daqui juntos."
Lucinia ergueu uma sobrancelha. "Não gosto de ver você ir embora." Uma parte dela lhe dizia para não deixá-lo ir. Que isso só a machucaria no final. E, por algum motivo, ela acreditava nisso.
"Você queria vir comigo?"
Ela assentiu em resposta.
"Tudo bem", disse Mo Li, imaginando se ela se lembrava de algo que aconteceu no mundo anterior. Seria possível? "Então... vamos queimar este mundo juntos?"
Lucinia sorriu. "Juntos... parece perfeito."
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