Capítulo 373: Luta
O cheiro de carne queimada pairava entre eles.
"Você comeu maçãs só porque não sabe cozinhar?", Anna repreendeu enquanto observava Mo Li se esforçar para assar carne. "É básico. Como é que você não sabe assar carne?"
"Quer ficar quieto!?", ele rosnou. "Estou tentando me concentrar!"
Ela riu baixinho e encostou-se na parede da caverna. Mo Li, apesar dos avisos, decidiu ficar.
Esta seria a primeira noite que ele ficaria nesta caverna.
"Você não tem medo que eu deixe outras pessoas aqui enquanto você dorme esta noite?"
"Eu poderia te matar antes que você faça isso", disse Anna. Antes de tudo, aquele corpo era dominante. Ela era como a vilã predestinada de todos os romances. Ela cresceu forte e poderosa e tinha uma história bastante triste.
Este não era um romance fraco ou forte.
Este era um romance de vingança! Anna riu dos próprios pensamentos.
"Você parece maluca", disse Mo Li. "Pare de rir assim."
Ela bufou e sentou-se na cadeira.
"Quanto tempo vamos ficar aqui?" ele perguntou.
"Não sei. Ainda consigo senti-los lá fora." Na verdade, ela não tinha certeza se os demônios planejavam ir embora. E se tivessem sido invocados porque alguém pensou que ela estava hospedada ali? Queriam ter certeza de que ela morreria, então invocaram demônios para se livrar dela.
"Vou lá fora amanhã e vou verificar."
"Eu irei com você."
"Você não pode."
"Você está me subestimando?"
"Não." Bem... ela estava. Mas não pretendia contar isso a ele. "Não pretendo lutar contra demônios. Não quero chamar atenção. E sejamos honestos, seu cabelo branco é chamativo demais." Esse era o único motivo que lhe ocorreu.
"Você —" A descrença nublou seu olhar. "Você está dizendo que meu cabelo é feio?"
"Huh?"
"Você acabou de dizer que meu cabelo…"
Ao ver a reação dele, Anna acabou rindo. Ela segurou a barriga e riu por um bom tempo.
Quem imaginaria que esse Mo Li… seria um pouco mais fofo que o Mo Li do passado?
….
Já eram nove horas quando saíram da caverna. Mo Li não fazia ideia de como abri-la por dentro ou por fora, então tudo o que pôde fazer foi segui-la.
"Eles- "
"Shhh..." Anna se abaixou e tocou o chão. Era um método de falsificação que deveria ser suficiente para enganar Mo Li. Ela não estava realmente usando seus sentidos para sentir demônios. Estava apenas esperando o sistema escanear o local.
Depois de se certificar de que não havia demônios por perto, ela disse: "Nenhum demônio em um raio de duzentos metros".
"Isso significa que eles podem estar presentes fora desse raio?"
Ela assentiu.
"Então… o que vamos fazer?"
"Vou dar uma volta pelo depósito e encontrar alguma coisa." Ela descobriria aqueles símbolos.
"Por que não ir direto para o galinheiro?"
Ela apenas balançou a cabeça e não disse nada. Não queria mostrar a ele que aquele corpo não poderia se aproximar do depósito.
Era estranho, e ela não tinha como explicar isso a ele.
Os dois começaram a correr pelo galpão. Claro, ela fez questão de ficar longe da casa.
Depois de quase trinta minutos de corrida, eles finalmente chegaram a uma área queimada. As árvores e até o chão estavam queimados. Não se via nenhum vestígio de vida ao redor.
"Este lugar…"
"Era igualzinho ao da escola", disse Mo Li, agachando-se no chão e examinando o solo. "A mesma textura."
Anna assentiu. Então, caminhou em direção ao centro da clareira queimada. Infelizmente, não conseguiu ver nenhum símbolo ali.
Seria possível que os símbolos desaparecessem após a invocação?
"Ei... você viu alguma coisa estranha na aula da academia?"
"Esquisito?"
"Tipo... sei lá. Um símbolo? Tipo... um círculo de invocação?"
"Não. Achamos que poderia ser um talismã."
Não. Não era um talismã. Deveria ser um círculo de invocação. No entanto, parecia que ela estava certa, afinal.
Os símbolos desaparecem após a invocação.
"Vamos…" ela disse.
Depois, encontraram outro. E mais outro.
No final da rápida viagem, Anna estava bem ciente do que aconteceu.
Havia oito conjuntos de clareiras queimadas.
A invocação aconteceu duas vezes.
O primeiro destruiu o depósito deles.
A segunda foi a que foi feita ontem.
Isso também confirmou algumas coisas.
Primeiro, alguém está invocando demônios.
Segundo, essa mesma pessoa queria se livrar dela.
E terceiro, essa pessoa está usando uma forma única de magia da qual ninguém nunca ouviu falar antes.
Agora, isso vai complicar muitas coisas.
"Os demônios... o que você acha que vai acontecer com eles?", perguntou Mo Li.
"Não sei."
"Se eles ficarem aqui... as pessoas logo saberão. O rei certamente enviaria algumas pessoas para exterminar essas coisas."
Talvez isso seja um exagero.
Anna nem sabia se o rei era realmente quem a queria morta.
Mas ela não disse nada.
"O que você acha do Rei?" ela perguntou.
"O que eu acho?"
Ela assentiu.
"Bem... o Rei... não é uma boa pessoa. Mas é um bom governante."
Mais uma vez, ela assentiu. Ele estava certo. Ser uma boa pessoa e um bom governante são duas coisas diferentes.
"Estamos indo embora…"
"Para onde estamos indo?"
"Para a capital."
"Hã? Você está maluca…"
Mo Li não continuou suas palavras quando o chão começou a tremer.
Os dois se entreolharam, com os olhos arregalados.
"Os…" Anna não conseguia encontrar as palavras certas. "Os demônios…"
O rosto de Mo Li empalideceu. Ele piscou antes de acrescentar: "Eles nos encontraram."
O rosto de Anna se contorceu. Ela fez algo errado? Não. Ela não fez nada. Ela estava observando Mo Li e até mesmo o sistema o observava. Ele não fez nada que pudesse levar os demônios ou qualquer pessoa naquela caverna.
Não foi Mo Li.
E não era ela.
Deve ser outra coisa.
Ela cerrou os dentes quando o teto tremeu pela segunda vez. "Pegue sua espada. Nós vamos lutar."
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