Capítulo 362: Tristeza e Culpa



"Tem certeza de que está tudo bem?", perguntou a mulher que levou Anna. Ela estava sentada em frente à Anna "inconsciente". "Se a diretora soubesse que fomos nós que a trouxemos para cá... ela nos expulsaria. Afinal, ainda estamos dentro da academia."

"A diretora nem sabia que já tínhamos voltado. Você pode relaxar?"

"Ele tem razão. Relaxe. O Alfa Urchaid assumirá o controle e poderemos esquecer tudo aqui."

"Eu só... tenho um mau pressentimento sobre isso. Quer dizer..."

"Se quiser... pode ir embora antes. Só para... sabe... se acalmar. Parar de pensar nisso."

A mulher soltou um suspiro alto. "Eu só... sabe? Deixa pra lá. Vou esperar vocês lá fora."

"Huh?"

Todos pararam de falar quando a lâmpada dentro do porão rachou de repente. Então, ela literalmente quebrou e caiu no chão de concreto.

"Como isso é… possível?"

"Isso —" Antes que o homem pudesse terminar de falar, sua cabeça foi repentinamente chutada para longe do corpo. Ela caiu no chão com um baque alto.

Embora estivesse completamente escuro, todos eles eram Lycans. Seus sentidos estavam aguçados, incluindo a visão.

Eles viram a cabeça separada do corpo. Também viram o sangue que parecia uma cachoeira, mas não viram quem os atacou.


Quando a mulher percebeu que eles estavam em perigo, ela gritou por socorro.

Mas já era tarde demais.


Anna saiu do porão. Suas roupas ainda eram as mesmas. Não havia uma gota de sangue nelas.

Ela caminhou descalça até a sala de estar e percebeu que estava dentro de uma pequena cabana. Perto dela, via-se uma lareira e um sofá aconchegante. Havia também alguns porta-retratos nas paredes.

Famílias, pessoas, sorrindo para as câmeras.

Parecia que esse lugar era como uma cabana que todos podiam usar?

Quando o cheiro de carne queimada tomou conta do quarto, Anna abriu todas as janelas, deixando a fumaça sair.

Ela então se perguntou se o talismã que ela usou neles era eficaz.

Era algo que podia dissolver corpos.

Anna franziu a testa. Ela não estava de mau humor porque alguém ousou sequestrá-la. Estava um pouco irritada por ter que usar mais um de seus talismãs! Lily estava ficando sem talismãs!

Ela precisava reabastecer seus suprimentos e ir para um mundo onde pudesse criar aqueles talismãs.

Na verdade, ela conseguia criar talismãs na Zelândia. Mas, desta vez, ela não possuía o corpo de uma santa poderosa.

Ela era uma lobisomem e não podia usar nenhum elemento ou o que quer que a Santa Rhea tivesse. Ela também podia usar o sistema e comprar alguns suprimentos, mas esses itens eram bem caros! Além disso, estavam ficando cada vez mais caros a cada vez que ela comprava algo!

Tudo o que ela pode fazer é usar força bruta e se transformar em um lobo!


Só de pensar nisso ela fica cada vez mais irritada.

Embora ainda não tivesse se transformado, ela se lembrava de que Anna sempre achou doloroso. Aquela Anna anterior já estava acostumada com a dor, mas... Lily não!

Depois de um tempo, ela voltou para o porão e se certificou de que os corpos não deixaram nenhum vestígio antes de sair.

Ela ainda precisava visitar alguns lugares.

Agora que ela já estava ali... Ela estava planejando visitar o local de sua matilha, que deveria estar a cerca de 160 quilômetros de distância deste lugar.

A questão é…

Ela precisaria se teletransportar para conseguir chegar lá!

E para fazer isso, ela precisaria de outro talismã!

Ela rangeu os dentes e pensou em outras maneiras. Depois de verificar as horas, finalmente usou outro talismã.

Felizmente, ela só precisava de um para viajar de um lado para o outro. Ela também podia usar o mesmo portal repetidamente. Tudo o que precisava era usar seu sangue para servir como uma espécie de senha para o portal.

Depois de finalmente procurar o local certo, ela finalmente abriu um portal que a levaria em direção à montanha logo atrás do depósito.

Entretanto, pouco antes de poder entrar no portal, ela sentiu um cheiro familiar.

Ela se virou em direção à casa e, exatamente como esperava, era Mo Li.

Ele tinha uma expressão apressada no rosto enquanto caminhava para dentro de casa.

Então, ele o ouviu xingar antes de sair correndo. Não conseguiu detectar a presença dela, e isso devia ser porque ela já estava perto do portal. E a única maneira de Mo Li ver o portal era se ela espalhasse sangue na testa dele.


Confusa, Anna olhou na direção onde Mo Li havia desaparecido. Será que ele estava procurando por ela?

Não. Isso é impossível.

Mo Li a odiava por causa de seu pai.

Por que ele tentaria procurá-la?

Depois, há a segunda possibilidade.

Ele estava envolvido no sequestro dela?

Ela deu de ombros e decidiu pensar nisso quando voltasse. Por enquanto, ela vai visitar o depósito deles.

A náusea a atingiu no momento em que ela entrou no portal.

Na verdade, era a primeira vez que ela usava o talismã, então ela não tinha muita certeza de como funcionava. Ouviu um zumbido e, quando abriu os olhos novamente, já estava em um lugar diferente.

Usando a memória de Anna, ela caminhou em direção ao depósito. Lentamente, seu coração batia forte e seu corpo enrijeceu.

Não foi porque Lily se sentiu emotiva. Foi por causa da alma original.

Anna… começou a tremer.

Lily parou seus passos e se encostou em uma árvore.

Florestas e uma natureza deslumbrante a cercavam. Mas o corpo em que ela se encontrava tremia de raiva, tristeza e nervosismo.

Por alguma razão, ela também sentia um pouco de culpa dentro deste corpo.

A Anna original deve ter se culpado pelo que aconteceu com sua família.

Pelo que Lily viu, parecia que o pai de Anna pediu para ela sair do galpão para que todos pudessem decorar para seu aniversário.

E como já estava acostumada com isso, saiu sem fazer mais perguntas e, como sempre, voltou por volta das cinco para receber sua "surpresa" do pai.

Bem, ela recebeu uma surpresa.

E foi algo que ela nunca esqueceria... pelo resto de sua vida.



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