Capítulo 350 - Presidente


"Não era seu para começar."

A frase deixou Scarlette sem palavras. Esta mulher... como ela sabia?

Entretanto, antes que ela pudesse perguntar qualquer coisa, Sienna se levantou e começou a sair.

"Ei! Como você sabia que não era meu, para começo de conversa?", perguntou ela. Para sua surpresa, Sienna parou de andar. Virou-se e sorriu para ela.

"Adivinhar."

"Você- "

"Deve ser fácil adivinhar", acrescentou Sienna. Então, colocou os óculos escuros e saiu do quarto.

O peito de Scarlette subiu e desceu abruptamente. Ela não conseguia acreditar! Seria possível que Sienna fosse igual a ela?

Por mais que tentasse negar, Scarlette não conseguia ignorar os fatos à sua frente. Sienna... não existia em sua vida passada. Ela não era mencionada em lugar nenhum!

Porém, desde que ela apareceu na segunda vida de Scarlette, tudo mudou.

A primeira foi Amanda.

Sienna foi quem ajudou Amanda e até a contratou.

Ela criou uma oportunidade para Amanda e Grant ficarem juntos.


Sienna estava bloqueando todos os seus planos como se já esperasse tudo.

Só pode haver uma explicação para isso!

Sienna era igual a ela!

Então, se esse fosse o caso, Scarlette estava em desvantagem. Ela precisava encontrar uma maneira de revidar.

No momento em que ela pensava em todas as suas conexões, um policial entrou na sala de interrogatório. "Você pode ir agora."

"Huh?"

"O advogado da sua empresa pagou fiança."

"Sr. Nakamura?"

O policial deu de ombros. "Você quer ir embora ou não?"

"Mas — por que a empresa dela a salvaria depois do que ela fez?

O policial tirou as algemas dela e abriu a porta para ela.

"Você pode sair agora, mas não pode deixar o país por enquanto."

"…" O rosto de Scarlette ficou amargo.

"Se você sair do país à força, é melhor rezar para que não o encontremos. Temos tratados de extradição em alguns países. Você só vai sofrer se sair."

"…"

Scarlette não queria mais ouvir as palavras do homem. Saiu da sala de interrogatório. Talvez o que o homem dissesse fizesse parte do protocolo, mas tudo era o suficiente para assustá-la. Ela já planejava uma vida no exterior.

Mas esse caso só tornaria seu plano impossível.


Ela imediatamente pegou seus pertences e encontrou o advogado que a resgatou. Como ela esperava, era o advogado do Sr. Nakamura.

"O Sr. Nakamura está esperando por você."

"Por que?"

O homem a encarou. "Mendigos não podem escolher. Ou você me segue ou estará por conta própria."

Scarlette rangeu os dentes em silêncio. Se Sienna estivesse dizendo a verdade sobre John, então era possível que todas as suas economias tivessem acabado naquele momento.

Nenhuma poupança significa nenhum futuro.

Não. Ela precisava se acalmar e pensar em tudo com calma.

"Tudo bem... por favor, mostre o caminho."

Scarlette seguiu o advogado até um sedã preto que os esperava no estacionamento. Assim que entrou, um forte som de tapa ecoou.

*PAK*

"Sr. Nakamura!" Scarlette segurou o rosto, lágrimas escorriam pelo rosto. Ela ainda sentia a queimação da mão do homem. "Por que o senhor..."

"Como ousa mentir para mim! Sabia quanto dinheiro investi neste projeto?"

"Sr. Nakamura… senhor…"

"Recusei uma promoção por causa deste projeto!"

"Senhor... por favor, pare de me bater. Eu juro...", ela tentou impedir o homem de colocar a mão em seu pescoço. Mas como ela poderia impedir um homem saudável que sempre praticava caratê nas horas vagas? "Tosse... tosse... Senhor... Por favor..."

"Se eu te matar agora mesmo, você acha que a polícia vai conseguir encontrar seu corpo?"

"Por favor... Tosse...", ela tentou tirar um dedo. Só um dedo do pescoço.


"Escuta, vadia! Eles não vão encontrar nem uma parte do seu corpo!"

Terminada a conversa, o Sr. Nakamura soltou o pescoço dela. Em seguida, ajeitou a gravata e o terno enquanto a observava com dificuldade para respirar.

"O que você vai fazer agora?", perguntou o Sr. Nakamura calmamente. Ele aceitou um lenço do advogado e o usou para limpar a mão. Em seguida, abriu a janela do carro e jogou o lenço fora. "Investi meu tempo e dinheiro e prometi ao meu superior que tudo correria bem. Investi muitos recursos em você e no seu tempo, e adivinha? Estamos sendo processados por plágio!"

"Senhor... por favor, me escute. Acho que ainda podemos consertar isso."

"Consertar isso?", bufou o Sr. Nakamura. "Como? Você não sabe que quem o público vai odiar não é você, mas a empresa que te apoiou? Este processo colocaria em risco a integridade da empresa!" Incapaz de conter a raiva, o Sr. Nakamura jogou um comprimido em sua direção, atingindo-a no rosto com um baque forte.

Sangue escorria de seus lábios.

Contudo, ela não tinha tempo para isso.

Ela abriu o tablet e, lentamente, seus olhos se arregalaram. "As ações..."

"Hã... você finalmente entendeu? As ações estão caindo e continuarão caindo depois que ficar provado que você plagiou seu software!"

"Mas, senhor! Eu não plagiei nada! O senhor viu! Trabalhamos duro para este programa!"

"Trabalhou duro? Você achou que o Rouse Tech diria algo assim sem provas?"

E ele estava certo.

Sienna jamais faria nada sem um plano B. Ou seja, mesmo que Scarlette discutisse e tentasse se fazer de vítima, ainda assim não terminaria bem para ela.

Principalmente depois do fato de que ela realmente copiou aqueles arquivos daquele homem no passado.

"Então... O que vamos fazer..."

O Sr. Nakamura bufou e mandou o motorista dirigir o carro. "Nós?", ela zombou. "Nós não. Só você!"

Ela não deixou de notar o sorriso lascivo no rosto dele. Scarlette tremeu.

"O que... o que eu deveria — "

"Você se reunirá com o presidente e o convencerá a apoiá-la."

"Presidente... presidente?" Não é aquele velho que comandava tudo nos bastidores? Pelas pesquisas dela, o presidente já está na casa dos setenta. Ele é avô do atual CEO da empresa.

Além disso…

Ele era conhecido por sua natureza lasciva.





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